Sem um nível adequado de controle emocional, é possível ser um bom tenista? De que adianta alta técnica nos treinos, se na competição não se consegue a mesma eficiência?
A Psicologia do Esporte vem despertando grande interesse desde o final do século XIX, quando Norman Triplett pesquisou os motivos que levavam os ciclistas a terem um melhor rendimento em grupo do que quando realizavam a mesma tarefa sozinhos. No Brasil, a Psicologia do Esporte surgiu somente na década de 50, com João Carvalhaes no São Paulo Futebol Clube, e em 1962, com Athayde Ribeiro da Silva.
Nas academias e clubes dos Estados Unidos e Europa é cada vez mais frequente a presença de um Psicólogo do Esporte. No Brasil, essa prática começou há pouco tempo. Quando os tenistas e os pais ouvem falar sobre Psicologia do Esporte, as principais perguntas são: O que é? Como ela pode ajudar o atleta?
A Psicologia do Esporte voltada para a competição se propõe a investigar as causas e efeitos das ocorrências psicológicas antes, durante e depois da prática esportiva, potencializando o rendimento do atleta e a eficácia individual e coletiva, além de colaborar na formação e no desenvolvimento das crianças e dos atletas, na promoção do bem-estar e no desenvolvimento pessoal (exemplo: promover estilos de vida saudáveis).
Hoje verificamos que o rendimento de atletas de todas as modalidades, inclusive tênis, é acompanhado por uma combinação de fatores técnicos, táticos, biológicos, sociais e psicológicos (autoconfiança, concentração e motivação, entre outros). Do mesmo modo que se treina e se valoriza os componentes físicos, técnicos e táticos, o componente mental deve ser valorizado e preparado. A partir daí os pais, treinadores e tenistas podem pensar. Um tenista com baixo nível de autoconfiança pode ser um grande atleta? Seus golpes poderiam ser mais eficientes? Um atleta que não consegue ter um nível adequado de controle emocional, pode ser um bom tenista? De que adianta um tenista ter movimentos de altíssima qualidade técnica nos treinos, se no momento da competição não consegue a mesma eficiência? Qual a idade ideal para a criança começar a competir?
Essas são algumas das questões que a Psicologia do Esporte responde por meio da orientação e intervenção junto aos pais, atletas e equipe técnica. O trabalho da Psicologia do Esporte voltada para a competição ocorre em quatro fases:
1 Definição dos objetivos que a equipe técnica e o tenista pretendem atingir;
2 Avaliação das áreas que necessitam de intervenção (por meio da aplicação de testes e questionários específicos);
3 Delimitação das áreas de intervenção e definição dos planos de ação (individuais ou em grupo);
4 Avaliação da eficácia do programa de intervenção. As técnicas de intervenção baseiam-se em:
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• Orientações e atendimentos aos pais, atletas e treinadores Palestras Intervenções durante os treinos;
• Atendimento em grupo Programa de Treino de Competências Psicológicas Dinâmica de Grupo ;
• Aplicação de Técnicas Psicológicas Filmagens Acompanhamentos em competições.
O trabalho do psicólogo do esporte é realizado em conjunto com a equipe do tenista. Assim, pais, treinadores, equipe técnica e atleta se voltam para o planejamento da sua iniciação e formação desportiva. O objetivo principal é educar e formar o tenista, bem como potencializar ao máximo o seu rendimento.
Artigo publicado por Luciana de C. Bidutte, Psicóloga do Esporte da academia Play Tênnis e professora nas Faculdades Integradas de Amparo. Pg 53, Revista TÊNIS – ANO 2 ED. 15