ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA TREINO DESPORTIVO: Plano de intervenção para o controle da agressividade

Resumo – O comportamento agressivo tem-se tornado muito frequente entre os atletas, principalmente nas competições, sendo uma das variáveis que podem contribuir ou desfavorecer o rendimento desportivo. A modalidade desportiva praticada e o treinador também exercem uma grande influência na aprendizagem dos comportamentos agressivos dos atletas. Como tal, o psicólogo do desporto pode realizar algumas intervenções junto do treinador no sentido de prevenir a agressividade. O objectivo do artigo consiste em desenvolver um plano de intervenção e identificar estratégias para o controle da agressividade dos atletas. 

Quando analisamos as leituras referentes à agressividade observamos uma grande discordância na definição e no conceito do que é a agressão, assim como nas explicações dos fatores motivacionais que levam o atleta ao comportamento agressivo. Bandura (1973), autor da teoria da aprendizagem social, afirma que o comportamento agressivo pode ser diminuído através da punição do treinador ou aumentado, caso seja recompensado ou simplesmente ignorado. 

A partir da revisão das leituras realizadas, referentes ao problema da agressividade nos jogadores, identificamos vários aspectos que interferem neste processo: sociais, psicológicos, biológicos e a própria modalidade. 

Os aspectos sociais e psicológicos envolvem a situação económica do país, os aspectos culturais, a educação por parte da família, os valores do atleta, a sua personalidade, as estratégias que utiliza para lidar com as situações adversas, a avaliação por parte do atleta de determinadas situações, etc. Ao contrário, os aspectos biológicos relacionam-se com o sexo do atleta, a sua herança genética e o uso de substâncias que podem favorecer o aumento do rendimento, como os esteróides anabolizantes.  

A modalidade que o atleta pratica também interfere no seu comportamento de acordo com as regras da modalidade e o grupo desportivo. Do mesmo modo, o grupo desportivo pode influenciar nas decisões dos jogadores. É o caso dos atletas que decidem agredir a equipa adversária no final do jogo por qualquer motivo.

Neste sentido, Buceta (1998) diferencia as condutas de esforço (ex: um contacto contra o seu adversário num lance normal no jogo) e as condutas agressivas relacionadas com uma perda de controlo (ex: insultos aos árbitros, protestos inadequados, etc.), que podem prejudicar o rendimento do atleta.

Por outro lado, devemos realçar a grande influência que o treinador exerce na aprendizagem dos comportamentos dos atletas. Muitos treinadores ordenam aos seus atletas que segurem a camisola do adversário durante o jogo ou que executem movimentos agressivos como “entrar de carrinho” na disputa pela bola, no caso do futebol.

Samulski (1995) refere algumas variáveis que interferem na agressividade dos jogadores, tais como: o local/jogo como v sitante, a importância do jogo, o nível de rendimento dos jogadores, o resultado do jogo, a posição e a tarefa táctica do jogador, o comportamento do árbitro e dos treinadores, a quantidade e comportamento das claques e a estrutura das regras desportivas.  

No aspecto biológico, Renfrew (1997) explica que a herança genética contribui para o controlo da agressão e como consequência as mudanças na carga genética podem resultar em alterações dos níveis da agressão. Por sua vez, os fatores genéticos, sexuais e hormonais interferem nos elementos biológicos e indirectamente no nível da agressividade, mas estes factores isolados não são capazes de determinar a agressividade do indivíduo. 

A seguir apresentaremos o plano de intervenção para o controle da agressividade dos atletas. 

PLANO DE INTERVENÇÃO 

O plano de intervenção consiste de três fases: a) fase da avaliação dos comportamentos agressivos dos atletas; b) fase de intervenção e; c) fase de avaliação da eficácia do plano de intervenção. 

Sessões

1- Fase da avaliação dos comportamentos agressivos dos atletas

1ª sessão: Debate sobre comportamentos agressivos

OBJETIVO: Introduzir o tema e apresentar aos atletas os tipos de comportamentos agressivos na sua própria modalidade que prejudicam os seus rendimentos.

ESTRATÉGIAS: Realizar um debate sobre comportamentos agressivos identificando os tipos de agressão e manifestação e os comportamentos que podem prejudicar os seus rendimentos, discutir com os atletas as experiências e dificuldades em relação ao comportamento agressivo. 

za sessão: Observações de treinos e competições.

2ª sessão: Observações de treinos e competições

OBJETIVO: Recolher dados para a fase de intervenção sobre os comportamentos agressivos dos atletas e verificar se há influência dos comportamentos do treinador.

ESTRATÉGIAS: Enquanto os atletas estão a treinar ou a competir, o psicólogo do desporto assistirá aos treinos ou às competições e irá observar com “olhar de observador”, ou seja, sem realizar qualquer intervenção, e procurar apenas observar os comportamentos e as reações do treinador e dos atletas.

3ª sessão: Aplicação do questionário ” Bredemeier Athletic Aggression Inventory” (BAAGI), (adaptado de Bredemeier, 1983).

OBJETIVO: Recolher dados dos atletas em relação aos seus comportamentos agressivos, que serão utilizados para a fase de intervenção. 

ESTRATÉGIAS: Todos os atletas irão ser colocados numa sala e será distribuído um questionário igual para cada atleta (BAAGI). O psicólogo do desporto ficará na sala à espera que respondam ao questionário para o caso de haver dúvidas nas respostas. A aplicação do questionário é importante para a recolha de dados dos jogadores que serão utilizados para a 

preparação na fase de intervenção.

4ª sessão: Discussão do questionário com os atletas.

OBJETIVO: Recolher mais dados sobre os atletas e dúvidas em relação às respostas dadas.

ESTRATÉGIAS: Os atletas ficarão em círculo e discutirão as respostas do questionário, procurando especificar melhor as informações fornecidas.

5ª sessão: Reunião com o treinador. 

OBJETIVO: Seleccionar dados sobre os atletas e as reacções do treinador para a fase de intervenção.

ESTRATÉGIAS: Discutir com o treinador factores como: o momento em que os atletas ficam irritados e tendem a manifestar comportamentos agressivos. A reacção do treinador e a forma como comunica com os atletas. 

6ª sessão: Aplicação do “Coaching Behaviour Assesment System” (CBAS), adaptado de Smith & Smoll (1985).

OBJETIVO: Avaliar o comportamento dos treinadores e a percepção dos atletas em relação aos comportamentos do treinador. 

ESTRATÉGIAS: Irá ser aplicado o “CBAS”, após um jogo de competição para os atletas e para o treinador. 

Nota: O “CBAS” será aplicado durante 5 jogos consecutivos de competição.

7ª sessão: Análise funcional dos comportamentos agressivos. 

OBJETIVO: Identificar as situações em que tendem a ficar irritados, isto é, os estímulos antecedentes que provocam a agressividade nos atletas (ex: falhar um golo em momentos decisivos, errar o passe da bola quando os colegas da equipa estão a chamar a sua atenção) e depois observar as respostas comportamentais e o modo como reagem (ex: ofendem-se a si próprios, agridem o adversário, possuem pensamentos negatvos) e, finalmente, as consequências dessas respostas (exs: ser expulso do jogo, receber um cartão). 

SUJEITOS: 4 grupos compostos por  5 atletas.

DURAÇÃO DA SESSÃO: 1:30 horas para cada grupo no dia anterior ao jogo.

ESTRATÉGIAS: Todos os atletas irão ser colocados em círculo e será apresentado um vídeo dos atletas com as várias situações em que demonstram comportamentos agressivos; serão discutidas as consequências desses comportamentos nos jogos. Além disso, recolher dados em relação a cada fase da análise funcional, como os pensamentos negativos, os momentos em que surge cada pensamento, os estímulos antecedentes para o comportamento agressivo, etc. 

2- Fase de intervenção em relação aos comportamentos agressivos dos atletas. 

A partir desta fase as sessões serão realizadas com grupos que necessitam trabalhar as mesmas dificuldades e utilizam as técnicas de modo semelhante (4 grupos compostos por 5 atletas) para uma maior eficácia das sessões, uma vez que a duração destas é igual para todos os grupos. 

1ª sessão: Definição das estratégias.

OBJETIVO: Definir as estratégias necessárias para contribuir para o controle da agressividade dos atletas.

SUJEITOS: 2 grupos constituídos por 10 atletas que necessitam de trabalhar de modo semelhante com as mesmas técnicas e ainda a participação do treinador da equipa.

ESTRATÉGIAS: Em primeiro lugar, o psicólogo apresentará as possíveis estratégias a utilizar pelos atletas. Em segundo lugar, irá ser discutido, com os atletas e o treinador, as estratégias mais adequadas, definindo os momentos para cada uma delas e como utilizá-las em geral nos treinos e competições, uma vez que cada estratégia terá uma sessão para ser trabalhada. Por último, identificar os exercícios técnicos que durante os treinos poderão ser aplicados para adaptá-los e treiná-los a lidar com essas situações (exposição “in vivo” aos estímulos) e especificar junto ao treinador os comportamentos que podem ter dentro do campo, já que alguns fazem parte da modalidade e outros são negativos para o jogo.

2ª sessão: Reunião com o treinador. 

OBJETIVO: Definir os meios de reforço e de punição. 

ESTRATÉGIAS: O psicólogo do esporte reunirá com o treinador e discutirá as formas e os momentos de reforçar cada atleta, e quando e como puni-lo (ex: não ser escolhido para jogar no próximo jogo do campeonato). Se necessário, fazer acordos com os jogadores estipulando regras (ex: quem conseguir não se irritar com o árbitro durante este jogo terá uma folga na segunda-feira).

3ª sessão: Aplicação da Respiração Diafragmática. 

OBJETIVO: Respirar de forma correcta para o controle da ansiedade.

ESTRATÉGIAS: O psicólogo do desporto irá convidar um atleta, que já faz respiração diafragmática, para explicar aos jogadores a função da técnica, as suas vantagens e o momento de a utilizar. O psicólogo do desporto juntamente com o atleta ensinará a técnica, de modo que os atletas a pratiquem durante a sessão.

4ª sessão: Aplicação da Paragem de Pensamento e Mudança de Pensamento. 

OBJETIVO: Fazer com que os atletas interrompam um determinado pensamento indesejado e formulem pensamentos positivos alternativos.

ESTRATÉGIAS: Consciencializar os atletas dos mecanismos que participam no desenvolvimento desses pensamentos e como agem de forma automática. Pedir a um dos atletas que demonstre a técnica em conjunto com o psicólogo do desporto. 

O atleta relata um dos seus pensamentos negativos (ex: “já fiz asneira”) e em seguida interrompe utilizando uma palavra enérgica (*STOP!!”). Para a mudança de pensamento, o psicólogo faz uma lista generalizada dos pensamentos negativos dos atletas e quais os pensamentos positivos que poderiam ser escolhidos pelo próprio atleta (ex:* como eu sou tolo” x “eu sou capaz”). Para tarefa de casa, todos os atletas fario uma lista com seus pensamentos negativos e escreverão na frente os pensamentos positivos. Por último, pede-se aos atletas que utilizem essas técnicas durante o treino quando surgiremos pensamentos negativos.

Nota: Treinara técnica novamente no início da próxima sessão e verificar os registos dos pensamentos dos atletas.

5ª sessão: Aplicação da Visualização Mental.

OBJETIVO: Aplicar a técnica de visualização mental. Habituar os atletas a utilizar a técnica e ensiná-los a lidarcom as situações em que não se conseguem controlar acabando por manifestar comportamentos agressivos. â

ESTRATÉGIAS: O psicólogo do desporto explicará as vantagens, quando e como utilizara a visualização mental. Ensinará os atletas a praticar o relaxamento antes da visualização mental e a unir uma das estratégias aprendidas por eles no processo de visualização mental, isto é, durante o decorrer da visualização o psicólogo orientará de modo a introduzir a técnica, como por exemplo: que o atleta se visualize executando um gesto técnico de forma incorreta, depois faz a paragem de pensamento e logo em seguida visualiza o gesto corretamente. Como tarefa, o atleta praticará a visualização mental em casa.

6ª sessão: Aplicação da Visualização Mental associada com outras técnicas.

OBJETIVO: Aplicar a técnica de visualização mental. Habituar os atletas a utilizar as técnicas, esclarecer a forma como se pratica a visualização mental e associar outras técnicas aprendidas na prática da visualização mental.

ESTRATÉGIAS: No decorrer da visualização mental, o psicólogo conduzirá a visualização introduzindo outras técnicas, como foi citado no exemplo anterior e, ainda, escolher uma imagem para assossiar ao pensamento alterado.

Nota: Outras sessões serão realizadas para treinar a visualização mental associada a outras técnicas de forma gradual,isto é uma de cada vez.

7ª sessão: Modificação de crenças rígidas e reestruturação cognitiva.

OBJETIVO: Alterar o modo como os atletas avaliamas situações em que manifestam a agressividade.

ESTRATÉGIAS: Através da filmagem dos atletas e de outros “atletas modelos”, será demonstrada a diferença de como os atletas e os “atletas modelos” reagem nas situações em que eles tendem a ser agressivos. Nesse mesmo sentido, consciencializá-los de que são capazes de ter o controledo seu próprio comportamento e de que essas situações não são motivos para que eles se expressem de modo agressivo e as consequências negativas que implicam no seu rendimento. Fazer com que eles percebam esta situação como um desafio

ao seu auto-controlo.

8ª sessão: Reunião com o treinador.

OBJETIVO: Consciencializar o treinador dos seus comporta mentos.

ESTRATÉGIAS: Apresentar ao treinador o resultado geral das aplicações do “CBAS”, e modificar possíveis crenças irracionais em relação ao seu comportamento e as alternativas para que o treinador actue de modo adequado e favorável ao controle da agressividade dos atletas.

9ª sessão: Comunicação e comportamento do treinador com os atletas. 

OBJETIVO: Fazer com que o treinador tenha uma comunicação e comportamentos eficazes

em relação aos comportamen tos agressivos dos atletas.

ESTRATÉGIAS: Através das fimagens dos jogos e treinos serão discutidos com o treinador, os comportamentos e comunicações que são eficazes e os que são desajustados e que podem provocar o comportamento agressivo dos atletas de modo a que ele tenha cada vez mais consciência dessa postura.

Nota: Estas sessões foram realizadas mais vezes para verificar a mudança dos comportamentos e da comunicação do treinador.

10ª sessão:Preparação específica para as competições.

OBJETIVO:  Ensinar aos atletas as técnicas que devem utilizar antes de jogar. Desenvolver uma rotina pré-competitiva,competitiva e pós-competitiva. A rotina pré-competitiva consiste em: um dia antes das competições visualizar mentalmente as situações em que eles podem utilizar as técnicas e situar-se mentalmente nas competições. À competitiva consiste em utilizar as técnicas correctas no momento certo. Finalmente, na pós-competitiva deve fazer-se o auto-registo do que ocorreu no jogo, o momento em que utilizaram as estratégias, onde sentiram dificuldades, as estratégias que resultam melhor, e que a situação necessita de maior preparação…

Nota: O auto-registro também é utilizado nos treinos.

3- Avaliação da eficácia do programa de intervenção para o controlo da agressividade dos atletas. 

1ª sessão: Observação dos treinos e competições. 

ESTRATÉGIAS: Enquanto os atletas estão a treinar ou a competir, o psicólogo do desporto assistirá aos treinos ou às competições com “olhar de observador”, ou seja, sem realizar alguma intervenção e procurando apenas observar os comportamentos e as reacções do treinador e dos atletas e verificar como estão a aplicar as técnicas, em que situações, e se houve uma diminuição ou extinção dos comportamentos agressivos.

2ª sessão: Aplicação do questionário (BAAGI). 

ESTRATÉGIAS: Todos os atletas serão colocados numa sala será distribuído um questionário igual para cada atleta (BAAGI); o psicólogo do desporto ficará na sala à espera que respondam ao questionário para o caso de haver dúvidas nas respostas.

3ª sessão: Aplicação do “CBAS”. 

ESTRATÉGIAS: Aplicar o questionário ao treinador e aos atletas após a competição. 

Nota: O “CBAS” será aplicado durante 5 competições seguidas. 

4ª sessão: Reunião com o treinador. 

ESTRATÉGIAS: Discutir com o treinador em relação aos comportamentos agressivos dos atletas, se se conseguem controlar mais, como estão a reagir nas situações em que tendem a manifestar o comportamento agressivo, se as técnicas são adequadas, se as praticam no momento certo. Finalmente, se o modo como o treinador se comunica com os atletas é adequado e se os acordos, os refoços e punições estão a ser eficazes. 

5ª sessão: Filmagem do treinador.

ESTRATÉGIAS: Irá ser apresentada a filmagem da fase de avaliação e a filmagem da fase da eficácia do plano de intervenção e será verificado se houve diferenças nos seus comportamentos e no modo como se comunicam com os atletas.

6ª sessão: Reunião com os atletas.

ESTRATÉGIAS: Filmagem das competições. Com a filmagem dos jogos serão discutidos com os atletas e o treinador os erros dos atletas, o momento que pode ser melhorado, em que situações as estratégias foram utilizadas e se foram utilizadas correctamente, as reacções dos atletas nas situações difíceis em relação ao seu controlo, etc. 

7ª sessão: Reunião com os atletas (devolutiva).

ESTRATÉGIAS: Realizar a reunião apresentando as melhoras e as dificuldades dos atletas e a preparação das futuras sessões, ou seja, a manutenção do plano de intervenção. 

8ª sessão: Reunião com o treinador (devolutiva).

ESTRATÉGIAS: Realizar a reu nião apresentando as melhorias e as dificuldades do treinador em relação aos seus comportamentos e a sua comunicação perante os comportamentos e as situações em que os atletas tendem a manifestar comportamentos agressivos e ainda a preparação das futuras sessões com os atletas e com o treinador, ou seja, a manutenção do plano de intervenção.

OS OBJETIVOS DAS SESSÕES DA TERCEIRA FASE DO PLANO DE INTERVENÇÃO SÃO:

Verificar a eficácia do plano de intervenção para o controle da agressividade nos atletas. Assim, implica: melhorar a utilização das técnicas; verificar se houve um controlo ou extinção dos comportamentos agressivos dos atletas; verificar se houve alteração no comportamento e na comunicação do treinador em relação aos atletas. 

É importante ressaltar que o plano de intervenção está dividido em três fases; para facilitar a aplicação do programa, mas estas fases estão interrelacionadas e podem acontecer ao mesmo tempo (ex: avaliar as necessidades do atleta, aplicar a estratégia no mesmo período e verificar logo na próxima sessão a sua eficácia).

CONCLUSÃO 

As poucas investigações realizadas em relação à agressividade dos atletas demonstram uma grande quantidade de teorias, sendo que a origem dos comportamentos agressivos não tem uma única explicação.

A origem dos comportamentos agressivos é influenciada. por factores sociais, biológicos, educacionais e a própria modalidade a ser praticada, o que d ficulta os investigadores no sentido de encontrarem soluções e estratégias no processo de intervenção ou prevenção para combater os comportamentos agressivos dos atletas.

Em relação às limitações do plano de intervenção pode-se considerar a não determinação das situações em que manifestam o comportamento agressivo e em que um plano de intervenção muito estruturado pode não abranger todas as necessidades dos atletas, pelo facto de não incluir as possíveis variáveis que desestruturem as sessões como, por exemplo, os jogos nos dias das sessões.

É de salientar a importância da participação e interesse dos atletas e da participação do treinador no plano de intervenção. 

Por fim, o curto período de tempo do plano de intervenção não favorece a sua eficácia. Se houvesse uma continuidade, manutenção e reestruturação do plano, de acordo com as necessidades dos atletas, e de acordo com a forma como reagem às intervenções, talvez o plano fosse mais eficaz, apesar de algumas sessões estarem voltadas para a manutenção. 

De qualquer maneira, este plano poderá beneficiar os estudos nesta área e colaborar com os profissionais que trabalham a agressividade nos atletas e, principalmente, intervir na prevenção destes comportamentos. 

Artigo publicado por Luciana de Castro Bidutte na revista TREINO DESPORTIVO – AGOSTO 2003

REFERÊNCIAS

Bandura, A. (1973). Aggression: A social learning analyses. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall. Bredemeier, B.J. (1983). Athletic aggression. A moral concern. In J.H. Goldestein (ed.), Spots Violence (pp. 47-81). New York: Springer-Verlag. Buceta, J.M. (1998). Psicología del entrenamiento deportivo, Madrid: Dykinson. Renfrew, J.W. (1997). Aggression and its causes. New York: Oxford University Press. Samulski, D. (1997). Psicologia do esporte: teoria e aplicação prática. Belo Horizonte: UFMG. Smith, R.E. & Smoll, F.L. (1985). Sistema de Ava- liação dos Comportamentos do Treinador (CBAS). Relatório de Investigação não publicado. Braga: Universidade do Minho.